quarta-feira, 2 de junho de 2010

Universo

É fato conhecido que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há um espaço infinito para que esses mundos existam. Todavia, nem todos são habitados. Assim, deve haver um número finito de mundos habitados. Qualquer número finito dividido por infinito é tão perto de zero que não faz diferença, de forma que a população de todos os planetas do Universo pode ser considerada igual a zero. Disso podemos deduzir que a população de todo o Universo também é zero, e que quaisquer pessoas que você possa encontrar de vez em quando são meramente produtos de uma imaginação perturbada.

(Douglas Adams - O Restaurante no Fim do Universo)

2 comentários:

  1. Isso começa como algo inútil, se desenvolve como abraçada à uma genialidade quase ímpar, e termina com uma frustrante incapacidade cognitiva de trazer para o mundo factual a abstração realizada. Estou certo de que se você tivesse pego a idéia e tivesse escrito você mesmo teria sido mais genial que ele, até porque o nosso amigo Douglas estava mais preocupado com o enredo do que com frases que exprimissem sozinhas as idéias que o enredo em si iria demonstrar.

    De qualquer modo, super relevante lembrar o quão tudo é insignificante (essa é uma frase do tipo que quase faz sentido...rs), pequeno, e como podemos ser tão ridículos aplicando valores altamente incomensuráveis a coisas que são inversamente incomensurávelmente pequenas.

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  2. Devo supor que na faculdade o senhor nunca estudou cálculo? =P

    Nesse caso ele aplicou o cálculo de Limite.

    O que Douglas Adams fez foi PROVAR por meio da matemática (do ponto de vista da ciência: Se pode ser provado via matemática, é uma VERDADE) que nós NÃO EXISTIMOS.

    Concordo que a essência do texto só é vista perante à toda obra.
    Que mostra um retrato da nossa sociedade e como nós desenvolvemos nossas relações de formas estranhas...

    Porém, tendo em mente que ele quer - de forma inteligente e irônica - mostrar como nossos conceitos são aplicados de forma absurda... Você consegue ver que essa frase é uma crítica à própria ciência e à forma como PROVAMOS alguma teoria.

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