terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aceitação

Foreman - "This wasn't your fault"
House - "THAT'S THE POINT! I did everything right. She died anyway! Why the hell do you think that would make me feel any better?"

Season Finale de House sempre é destruidor, e o final da sexta temporada não poderia ser diferente...
Existem 2 grandes pontos no episódio.
Um deles é uma "redenção" de House... E talvez eu venha a falar dele futuramente...
Mas a frase que realmente me fez querer escrever foi essa aí em cima.

Uma tradução, não-literal, porém com o sentido mais aproximado que nossa língua permite, seria:
Foreman - "Não foi culpa sua"
House - "É POR ISSO MESMO!! Eu fiz tudo certo. Ela morreu do mesmo jeito!! Por que diabos você acha que isso me faria me sentir melhor?"


House não consegue lidar com certas coisas na vida... E uma delas é a sensação de "impotência".

Quando não se tem as alegrias normais do dia-a-dia (amigos, amores, carinhos), sua mente tende a procurar uma outra forma de lidar com a necessidade de "se aceitar".
No caso de House, ele substitui o sentimento de "ser amado" pelo sentimento de "estar certo".

Ele pode ser a pessoa mais anti-social da face da terra... E sabe que as pessoas vão, eventualmente, se afastar dele.
Mas ele também sabe que, no fundo, elas precisam dele. Precisam dele porque ele sempre está certo.

Levando isso em conta, fica claro que a sensação de se sentir impotente diante daquilo em que ele se considera o melhor é a pior que House pode experimentar. Ela faz com que ele passe a acreditar que as pessoas não mais precisarão dele...
E ele seria apenas uma pessoa anti-social jogada em um canto, sozinha...


Será que ele está certo em acreditar nisso?
Será que as pessoas a volta de House só se relacionam com ele porque ele é inteligente e está sempre certo?

Algumas pessoas possuem uma qualidade... Algo que atrai outras pessoas...
Sua inteligência, sua perspicácia, seu conhecimento abrangente... Qualquer coisa assim.
Será que no momento em que essas coisas deixarem de ser incríveis e nós nos tornarmos apenas... "humanos"... Aquelas pessoas que nós atraímos vão querer continuar lá?
Será que no momento em que a "magia" acaba, nós somos apenas pessoas com menor capacidade de interação social?


Este texto não tem um final... Porque eu não sei como responder essas dúvidas.
Eu não tenho a minha conclusão... Eu não tenho nem ideia...
Se vocês tiverem comentários para ajudar na formação dessa ideia, estejam à vontade para cooperar.


Obs.: I'm on fire! 3 textos esse mês (e só se passaram 2 semanas) depois de mais de 1 mês sem escrever...

Um comentário:

  1. Gostei da forma como definiu a capacidade de interação social, e sua relevancia dentro do tema "aceitação".

    Como tenho lido algo em torno de nada, nada mesmo, minha mente anda meio parada, então fiquei muito feliz em poder pensar junto com o seu texto, poucos textos nos levam a pensar junto com o escritor.

    No fim das contas é tudo para isso né!? ser aceito e se auto-aceitar. Estava precisando lembrar disso Felipe, vai me ajudar um bocado em uns tropeços pessoais, naquela arte de transformar conhecimento teorico em ações pontuais.

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